segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Cap.9 - A grande batalha

Tudo preparado para o ataque contra o rei. Uma ansiosidade sem par vai tomando conta de Aleska, sentimento que se mistura a outro, totalmente desconhecido para ela, mas que já possuía forma e um belo rosto. O príncipe de TrevLuzian sem dúvida havia plantado a semente do amor e do desejo em seu jovem coração. Mas nem queria pensar nisso, embora constantemente se distraia lembrando do sorriso dele, dos cabelos longos, dos olhos...
- Senhorita...senhorita...- Vladmir a trás de volta à realidade.
- Oh, me desculpe, eu estava distraída.
- Percebi senhorita, não tem problema, agora venha comigo, o príncipe a espera.
Aleska se junta aos irmãos e a outros vampiros que ainda não tinha visto. Danshuane explica que são os imunes fiéis que restaram. A poucos minutos do raiar do dia, a hora crucial se aproxima e a tensão aumenta. Nada poderá sair errado ou serão aniquilados. Um calafrio lhe percorre a espinha lembrando-se da ira infernal daquele rei maldito. Lembra-se de quando jovem, ouvir certa vez um anjo falar do ódio bestial, do quão cruel poderiam se apresentar esses seres.


Embora parecesse loucura, sentia-se segura, afinal estava disposta a vencer essa batalha, não só por TrevLuzian ou pelo Vale, mas também pelo príncipe, aquela figura angelical que lhe causava o ímpeto de gritar aos quatro cantos da ilha que seu coração estava cheio de amor. Esses pensamentos a reconfortavam, sentia-se forte como nunca, daria a vida se necessário fosse.
Enfim solaris começa a se levantar no horizonte, atacarão de surpresa enquanto os vampiros do rei se retiram para seu sono protetor. Aos primeiros raios da alvorada, Thoderyn e seus soldados atravessam um portal direto para o castelo. Começa uma batalha fervorosa e sangrenta. O rei não conta somente com vampiros para defender-lhe, mas também com soldados bestiais, criação da própria essência maligna.
São brutais, mas pouco racionais além do que os rebeldes estão em número muitíssimo superior e determinados a conquistar a vitória.
Aleska se junta ao pai, lutando ao seu lado, vendo um a um os malditos serem destruídos, ciente de que a parte mais difícil está por vir. Tanto alvoroço acaba por despertar o rei e seus séqüitos mais poderosos, que partem para cima dos rebeldes impiedosamente.


Nesse momento vê seu pai tombar, ferido gravemente, isso lhe provoca um misto de angústia e ira, o que a faz reagir atacando violentamente seus inimigos, com uma fúria que jamais imaginou possuir.
No calor da batalha Thoderyn joga o cajado para a filha, dizendo-lhe para se lembrar da magia. Desfalece enquanto é levado a um local seguro por Danshuane.
Aleska toma a frente com os outros, enfurecida faz invocações que nem se julgava capaz. Usa a mais poderosa magia contra aqueles seres repulsivos, mas esses parecem não acabar e a batalha se estende por horas a fio.
Alguns recuos para recuperar as forças, seguidos de novos e terríveis ataques. À noite vem se aproximando causando preocupação aos rebeldes. Embora tenham derrotado a maioria dos adversários, não se pode confiar na vitória antes de derrotar o próprio rei.

Mais uma vez se precipitam à luta, em dado momento, uma leva de vampiros saem das sombras, com semblantes carregados de ódio.
“Oh não, não poderia ser. De onde teriam vindo?” Aleska sente seu coração esmagado, pois são muitos. Por fim percebe o olhar amistoso entre o príncipe e o que parecia ser o líder daqueles vampiros.
Soltando um grito aterrador, incita os demais vampiros a gladiar, possibilitando enfim a queda dos malditos. O rei se vê só e humilhado, apressa-se em fugir dali, não sem antes fazer ameaças e juras de vingança.

Cap.8 - Encontro com o Maldito

Os dias passam rapidamente. Em todo o vale o alvoroço é grande por causa da batalha que se aproxima.
Usando sua magia nas águas límpidas do poço, Aleska observa constantemente a movimentação no castelo de Trev’s e em seu íntimo vão surgindo idéias para um ataque. Revolta e angústia estão em seu coração. Medo. E mais forte que tudo, uma vontade avassaladora de partir logo à batalha que lhes devolverá a paz ou culminará de vez com ela.

Com a cabeça fervilhando de idéias, procura por seu pai e lhe põe a par dos planos que vão em sua mente.
Thoderyn acha arriscado mas concorda com a execução dos planos da filha. Juntos procuram por Danshuane, pois ela é a chave da trama de Aleska.
Ao encontrarem-na, a jovem bruxa conta detalhadamente o que deseja fazer ao que a vampira reage negativamente.
- Não Aleska, não quero voltar ao castelo, você não entende não é, não o conhece, aquele monstro certamente há de nos fazer algum mal, definitivamente não a levarei até lá, não me peça isso.
- Não temos escolha e irei de qualquer modo. Se não me ajudar será ainda mais difícil e perigoso.
Vencida pelos argumentos de Aleska, discutem os detalhes da viagem que estão prestes a fazer. Prontas se dirigem à gruta onde Thoderyn fará uma magia que as levará até as proximidades do castelo.
Uma vez lá Aleska se comporta como escrava de Danshuane.
A vampira e a convidada são recebidas com ar de poucos amigos, mas os séqüitos do rei nada podem fazer contra a princesa e sua escrava. Não sem ordem do todo-poderoso.
- Seu rei deseja vê-la alteza – é informada de maneira hostil por um vampiro mal encarado, que não desprendo os olhos de Aleska, aquela carne fresca, aquele sangue quente correndo nas veias...
- Não ouse tocá-la, ela é minha – ameaça a princesa severamente. Sem perder tempo adentra ao castelo a procura do irmão, seguida de perto pela amiga.
No caminho encontra Vladmir, fiel servo de sua família a muitos séculos.
- Milady, está de volta.
- Oh Vlad, que bom vê-lo – abraça-o.
- Quem é a jovem que vos acompanha alteza? – pergunta desconfiado.
- Vladmir, não temos tempo para explicações. Diga-me onde está o príncipe?
- Na torre senhorita.
- Obrigada – sai rapidamente – Venha Aleska, venha também Vladmir, precisarei de ti.
Os três sobem rapidamente as escadas em direção a torre à procura do príncipe e o encontram solitário e triste, na mesma janela em que Aleska o vira dias atrás.
Ao perceber companhia o vampiro se vira rapidamente. Um sorriso ilumina seu rosto ao ver a irmã.
- Meu irmão querido – joga-se nos braços do irmão, abraçando-o fortemente.
Aleska não desprega os olhos do jovem (como é belo, suspira em seus pensamentos). Sente seu coração bater mais rápido que nunca, então o príncipe se vira para ela olhando-a detidamente, apreciando-a. Permanece assim por alguns instantes, olhando-a nos olhos sedutoramente, invadindo-lhe a alma, como que hipnotizando-a.
- Irmão essa é Aleska uma amiga, veio nos ajudar – diz Danshuane quebrando o clima quase palpável que se estabeleceu entre os dois.
- Encantado senhorita – segura-lhe a mão beijando-a suavemente – Diga-me minha irmã, como a bela jovem poderá nos ajudar? – diz isso com certo brilho nos olhos.
Aleska se sente completamente perdida pela primeira vez em sua vida. Recuperando rapidamente o controle, como lhe é peculiar, apresenta detalhadamente ao príncipe o que pretendem fazer. Fala dos planos de batalha de seu pai e dos renegados, assim como da aliança com outros povos no reino. Fica a cargo de Danshuane e do irmão libertar os rebeldes aprisionados e avisar aos vampiros fieis ao clã dos planos contra o maldito rei.
Cada segundo é precioso pois o maléfico já sabe sobre o retorno da princesa, bem como da bela jovem que a acompanha.
O encontro é inevitável, e acontece tão logo partem ao cumprimento de suas tarefas.
- Então retornaste pequena fujona – dirige-se a Danshuane ironicamente, para logo em seguida explodir furiosamente – Nunca mais ouse fugir de mim menina, não serei piedoso se houver próxima vez – sua voz causa a sensação de fazer tremer as paredes do castelo. Os olhos do vampiro se mantêm fixos em Aleska, de tal modo que a faz sentir-se mal. Ele se aproxima dela, seu olhar queimando-lhe a pele, sente seu cheiro, contornando seu corpo em passos lentos, para em sua frente:
- E quem é este ser tão belo que me trouxeste, pequena rebelde?
Aleska mal respira diante daquela figura horrenda. Sente-se tremendamente ameaçada, pois até então jamais vira em sua vida criatura tão vil. Os pensamentos passam rápido por sua mente, chegava a duvidar que escaparia ilesa das garras daquele vampiro perverso.
- Quem é? – Rosna a criatura ante o silêncio que se fez ali.
- É minha escrava senhor, não é para vós.
- Oh então quer esta preciosade para si, sua egoistasinha – diz tão sarcástico quanto possível. Desprezando o comentário da jovem precipita-se para cima de Aleska, que embora aterrorizada, permanece imóvel. Danshuane interfere, se pondo entre Aleska e o vampiro.
- Saia da minha frente sua vampira intrometida – empurra-a violentamente.
- Não toque nela – interrompe o príncipe – Deixem-nas em paz – se adianta para junto de Aleska.
- Oh, mas o que é isso? O jovem príncipe defendendo uma reles escrava? – o tom irônico é insuportável – Gosta dela? Então pegue-a – empurra Aleska com certa violência para os braços do príncepe.- Saiam daqui ... saim todos – rosna com sua voz de trovão.