quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Cap.10 - Vitória

Longas horas se passaram após finda a batalha. Por todo lugar havia morte e destruição. Um cenário sangrento desfilava diante dos olhos de Aleska, imagens que jamais esqueceria. Recobrando um pouco das energias que ainda lhe restavam após um dia tão exaustivo, saiu em procura de seu pai, acompanhada pelo príncipe e por Vladmir.
A jovem se deixa conduzir por Vlad, por corredores escuros e sombrios. O cheiro de morte pairando por todos os cantos daquele castelo. A preocupação com o estado de seu pai ferindo seu coração como um punhal afiado, o cansaço teimando em lhe atordoar, ainda assim demonstrava forças para continuar, e as possuía de fato, arrancava da alma a energia pra seguir quando tudo lhe pedia para parar. Mas não, não podia, não agora. Apesar de todas as dores que lhe estavam sendo impostas, seu coração estava cheio de esperanças, uma vontade imensa de viver. Ela sabia bem o porquê: o príncipe de TrevLuzian. Oh sim, estava apaixonada, desde o primeiro instante em que o vira, através de sua magia no poço da gruta. Apaixonara-se por aquele belo jovem, por sua força, por sua coragem, pelo seu caráter... Ah como era bom o sentimento que a invadia, quase se esquecia da terrível batalha por que passara ainda a pouco. Aleska está tão absorta em seus pensamentos que não percebe os olhares do príncipe sobre ela.
- Chegamos – Vladmir pronuncia, parando ao final do corredor. Uma janela imensa dá para um jardim e mais nada. Aleska olha interrogativamente.
- Aqui milady – o príncipe sorri apontando o piso.
- M-Mas não há nada aqui, apenas piso. Acaso estás zombando de mim? – pergunta a jovem, indignada.
- Oh não, jamais o faria milady. Afastem-se – o príncipe faz um pequeno corte em seu braço, permitindo que o sangue escorra e caia no chão que imediatamente se abre.
- É magia. Como a faz?
- Poucos da nossa raça podem isso minha cara. É um presente que acompanha minha família desde que existe o castelo de Trevs. Nos foi dado por um mago muitíssimo poderoso que acompanhou os primeiros de nossa raça em sua vinda para estas terras – terminado sua breve justificativa indica as escadas que os levam a um corredor subterrâneo – Tenha bondade milady – segura-lhe a mão ajudando-a a descer.
Aleska sente um leve arrepio ao toque da mão gélida e delicada em sua pele.
Ao descerem a passagem imediatamente se fecha. A jovem bruxa se sente em outro universo ali. Tudo é diferente, as energias daquele lugar a impressionam, sente-se invadida e renovada por essa energia que a cerca de modo quase palpável.
Caminhados alguns passos, chegam a um pequeno salão, pouco mobiliado, mas muito confortável. Vê seu pai, corre para ele. O mago está muito enfraquecido devido ao ferimento, seu rosto se ilumina ao ver a filha bem. Ela se atira sobre ele, enquanto lágrimas lhe cobrem a face.
Falando com dificuldade, Thoderyn orienta Aleska a lhe preparar um remédio com ervas. Danshuane gentilmente se oferece para buscar as tais ervas. Equanto caminha em direção à saída, Vlad que está parado em um canto da sala resolve acompanhá-la. Passados alguns instantes, que para Aleska parecem uma eternidade, retorna trazendo as ervas de que necessita para o remédio de seu pai.
Levantando-se ela percebe que a vampira está acompanhada, aquele rosto não lhe é estranho.
- Aleska, esse é Andrês.
O jovem a cumprimenta cordialmente.
- Encantado milady. É uma honra conhecê-la.
Aleska devolve o cumprimento gentilmente, intimamente feliz por Danshuane estar novamente ao lado de seu amado. Apressa-se em preparar o remédio para seu velho pai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário