quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Cap.1 - O Encontro com a princesa

Era uma bela tarde de sol, Aleska e Lylli – como chamava carinhosamente sua irmã - estavam passeando num bosque aos arredores do Vale quando ouviram um choro ao longe, bem baixinho, soava quase como um lamento, entreolharam-se e num entendimento silencioso, partiram furtivamente em direção àquele som tão dolorido que lhes chegara aos ouvidos.
A poucos metros de onde estavam, perceberam logo atrás de uma grande pedra, uma jovem. Aproximaram-se meio temerosas, mas enfim arriscaram-se a interpelar a visitante:
– Olá, jovem mulher. Por que choras? – Aleska pergunta delicada e firmemente.
A jovem as olha assustada, engolindo um soluço as observa em silêncio, desconfiada.
- Não tenha medo, não lhe faremos mal algum – As irmãs se entreolham na expectativa de saber a razão daquele ser ali prostrado e chorando.
A jovem endireita o corpo, enxuga o rosto com as costas das mãos e enfim resolve falar.
- Fugi de minha casa.
Lylli se arrisca – Mas por quê?
A pequena olha para o nada e pensa, mantém-se em silêncio perdida em seus próprios pensamentos.
Aleska se aproxima, ao que a moça se volta para olhá-la, sem proferir palavra alguma.
- Bem, gostaria de saber quem é, por que choras e por que fugiu de casa – Aleska insiste...
A jovenzinha remexe nas ondulações de seu manto respira fundo e se põe a falar:
- Meu nome é Danshuane, fugi de casa pois não suporto mais viver sob a opressão do rei, um velho matusalém cruel e maldito...
- Está chorando porque fugiu de casa? – Lylli não se contém e franzindo o cenho com ar de quem não entende, interrompe a moça.
Vê-se um leve sorriso nos lábios de Danshuane ante a aflição da pequena bruxa.
- Não pequena, não por isso...
- Por que então? - Lylli se aproxima mais sentando-se, curiosa.
- Meu rei é um vampiro mau, mantém a todos quase como escravos, unicamente para serví-lo. Não éramos assim antes dele chegar. Ele dominou tudo, escravizou nosso povo e os obriga a fazer tudo conforme sua vontade. Assassinou meus pais e desde então assumiu seu lugar, governando maldosamente TrevLuzian em lugar do rei. Eu e meu irmão, verdadeiros herdeiros da coroa, nada pudemos fazer contra o poder daquele monstro, então nos resignamos e suportamos tudo, afinal tínhamos um ao outro. Passada longa data desde o domínio tirado do Maldito, um dia enquanto caçávamos, eu e meu irmão encontramos em nosso caminho alguns vampiros rebeldes que foram por muito tempo, perseguidos e massacrados pela autoridade malévola de nosso rei. Entre os rebeldes, para minha surpresa, estava o jovem e belo Andrês, meu amado... – a pequena vampira se interompe suspirando, as lágrimas brotaram novamente em seus olhos, que soluçando continua sua narrativa - ...eu não o via a tempos e por ele meu coração chamara por noites e noites em vão. Pouco tempo tivemos para nos abraçar, nem ao menos pudemos nos falar direito, pois fomos atacados impiedosamente pelos séquitos do rei... – Oh! – fecha os olhos, o rosto denotando toda a dor que sentia, e seu semblante refletia a crueldade da batalha que presenciara... – Fomos pegos de surpresa, não houve como revidar a altura. A mim e ao príncipe nada fizeram, porém os outros não tiveram a mesma sorte. Alguns foram destruídos de maneira vil, impiedosa, e os demais aprisionados. Batalha finda, surge das sombras o Maldito e sarcasticamente olha para seus mais novos prisioneiros com seu ar arrogante, o sinismo estampado no olhar, ele..ele...se virou pra mim fazendo reverência e agradecendo. Levei apenas alguns segundos para entender sua intenção cruel, - Oh como o odeio! – ele induziu Andrês e os rebeldes a acreditarem que os havíamos traído, que eu contribuíra para com a prisão deles.
Nesse instante ela olha para as irmãs, quê estão sentadas juntas a ouvi-la atentamente.
- Entendem agora o porquê fugi e o porquê de minhas lágrimas? Meu amado está preso e pior está imaginando que eu o enganei e que participei de um plano sórdido contra ele. Oh... eu jamais o faria – e se põe a chorar novamente.
Aleska a abraça.
- Calma Danshuane, fique calma.
- Aleska, devemos levá-la até papai, o que acha?
- Ótima idéia Lylli. Vamos – diz Aleska dirigindo-se a vampira.
- Oh não, não, não quero incomodar ninguém... – ela se recusa.
Lylli se levanta e a pega pela mão.
- Vamos sim.
- É isso aí, vamos sim – diz Aleska segurando-a pela outra mão.
Assim partem as três jovens a procura de Thoderyn o mago e senhor daquelas terras.

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